DIOSCOREACEAE

Dioscorea itatiaiensis R.Knuth

Como citar:

Raquel Negrão; Rodrigo Amaro. 2017. Dioscorea itatiaiensis (DIOSCOREACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

CR

EOO:

3,393 Km2

AOO:

16,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie nativa, endêmica do estado do Rio de Janeiro, município de Itatiaia (Campos Porto 2707), no PARNA do Itatiaia.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Raquel Negrão
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B2ab(ii,iii,iv)
Categoria: CR
Justificativa:

Liana terrícola ou rupícola com distribuição restrita nos Campos de Altitude do Parque Nacional de Itatiaia, ocorrendo apenas em áreas mais abrigadas da luz e dos ventos (Couto com. pess.). Apesar da AOO=12 km², ou seja, um pouco maior que o limiar de 10 km² para a classificação como CR, a espécie apresenta apenas uma situação de ameaça considerando sua especificidade de hábitat e a proximidade das localidades suscetíveis aos incêndios frequentes (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011) e ao turismo (Barros, 2003). Além disso, sua população é muito reduzida, tendo sido necessários quase sete anos de buscas para reencontrá-la na região (Couto, com. pess.). Considerando as ameaças incidentes e a limitação reprodutiva da espécie que é polinizada por pequenas moscas e tem suas sementes dispersas pelo vento à curta distância da planta mãe (Couto, com. pess.), infere-se um declínio contínuo da AOO, qualidade do hábitat e de subpopulações.

Último avistamento: 2012
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Knuth, R., Notizbl. Königl. Bot. Gart. Berlin, 7:212, 1917

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Não
Detalhes: A espécie possui tubérculos muito pequenos e provavelmente não possui potencial valor econômico (Couto com. pess.).

População:

Número de subpopulações: absolute • 1
Detalhes: Apresenta população bastante reduzida, sendo preciso quase 7 anos de buscas na região para encontrar a espécie nas localidades registradas, somente havendo um novo registro ainda não depositado (Couto, com. pess.).

Ecologia:

Substrato: terrestrial, rupicolous
Forma de vida: liana
Luminosidade: esciophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Campo de Altitude
Fitofisionomia: Refúgios Ecológicos Alto-montanos, Campos de Altitude
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 6 Rocky Areas [e.g. inland cliffs, mountain peaks]
Detalhes: Liana, terrícola ou rupícola, com ocorrência nos Campos de Altitude da Mata Atlântica (Couto, 2014; Kirizawa et al., 2014). A espécie ocorre somente ocorre em pontos mais abrigados da luz e dos ventos na região dos Campos de Altitude do Parque Nacional do Itatiaia (Couto com. pess.).
Referências:
  1. Couto, R.S. 2014. Dioscoriaceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://florariojaneiro.jbrj.gov.br> Acesso em: 17 de Abr. 2015
  2. Kirizawa, M.; Xifreda, C.C.; Couto, R.; Araújo, D. 2014 Dioscoreaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB109096>. Acesso em: 17 Abr. 2015

Reprodução:

Detalhes: A espécie é polinizada por pequenas moscas e tem suas sementes dispersas pelo vento em curtas distâncias da planta mãe (Couto, com. pess.). Coletada em flor nos meses de janeiro (Campos Porta 2707) e março (Brade 15578).
Fenologia: flowering (Jan~Mar), flowering (Jan~Mar)
Síndrome de polinização: entomophily
Dispersor: A espécie com sementes dispersas pelo vento à curtas distâncias da planta mãe (Couto, com. pess.).
Síndrome de dispersão: anemochory
Polinizador: A espécie é polinizada por pequenas moscas (Couto, com. pess.).

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future local high
As queimadas em Itatiaia, que em 97% dos casos tem origem antrópica, representam grande impacto sobre espécies ameaçadas de extinção que não toleram fogo. Em sete anos (2004-2011), 5.724 ha foram atingidos por fogo dentro e no entorno do PARNA do Itatiaia (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011). Os Campos de Altitude, que apresenta características que facilitam a passagem do fogo, foram o tipo de vegetação mais afetado, correspondendo a mais de 70% da área queimada (Aximoff, 2011).
Referências:
  1. Aximoff, I., 2011. O que Perdemos com a Passagem do Fogo pelos Campos de Altitude do Estado do Rio de Janeiro? Biodiversidade Bras. 1, 180–200.
  2. Aximoff, I., Rodrigues, R.D.C., 2011. Histórico dos incêndios florestais no Parque nacional do Itatiaia. Cienc. Florest. 21, 83–92.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas locality,habitat,occupancy,occurrence past,present,future local high
O turismo no Parque Nacional do Itatiaia é uma atividade intensa e muitas vezes, descontrolada, geradora de uma série de impactos ambientais como apontado no estudo de Barros (2003), como a expansão excessiva da largura de trilhas e a erosão do solo.
Referências:
  1. Barros, M.I.A. De. 2003. Caracterização da visitação, dos visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recreativos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Piracicaba, SP. 121p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie ocorre no PARNA do Itatiaia (Campos Porto 2707).